O grande Cassino Eldorado foi financiado pelo empresário campinense João Veríssimo e projetado pelo arquiteto Isaac Soares, o prédio está situado na Rua Manoel Pereira de Araújo e foi construído em estilo art déco, sendo imponente até mesmo quando comparado com os maiores clubes noturnos do período, como o Assírio, no Rio de Janeiro
O cabaré era um reflexo da sociedade da época, onde os grandes produtores de algodão, o famoso ouro branco, comerciantes, nobres, boêmios e até mesmo estrangeiros, passavam suas noites festejando. Era ali, onde a high society dos anos dourados da exportação algodoeira, que tornou Campina Grande conhecida como a “Liverpool Brasileira”, em referência a cidade inglesa que era grande produtora de algodão, se reuniam e desfrutavam de shows de atrações de cunho internacional inclusive, como Paraguaíta e Clarita Diaz. Além deles, obviamente vinham artistas da terra se apresentar, como Jackson do Pandeiro
O bordel serviu ainda para casa de entretenimento durante a Segunda Guerra Mundial, onde soldados aliados vinham das bases militares no Rio Grande do Norte e se divertiam no prédio
Confira registro antigo do local:
O imóvel, hoje em dia, pertence a particulares, porém, existem projetos do poder executivo municipal e estadual, para restaurá-lo e transformá-lo em um teatro popular. Existe boa vontade dos homens públicos, mas, somente a intenção não é bastante, o imóvel vem sistematicamente sofrendo erosão, sem nada ser feito para a sua conservação.
O cassino Eldorado esteve no auge até quando durou o ciclo do algodão, entrando em declínio logo em seguida. A administração pública deve ter o compromisso de promover e incentivar a preservação, recuperação e a revitalização das construções de relevante interesse, para a garantia da valorização cultural da cidade e de seus costumes e tradições. Infelizmente, o prédio se encontra em um estado deplorável e que chega a dar pena, pois é um patrimônio sociocultural da nossa cidade
Confira o como está o Cassino atualmente:
Chega a ser angustiante ver um símbolo da história campinense ser entregue tão facilmente ao intemperismo temporal, mesmo com tantos projetos de revitalização, mas nenhum sendo posto em prática, é necessário cobrarmos as autoridades competentes e não deixarmos o Eldorado morrer.